ESPERO QUE, DEPOIS DESSE FILME, NINGUÉM MAIS FIQUE NA FOSSA1?: estudo documental da cadeia de rentabilidade de filmes brasileiros que utilizam dispositivos de fomentos das leis de incentivo ao audiovisual.
Palavras-chave:
Cinema brasileiro, leis de incentivo, rentabilidade, ; distribuição, políticas culturaisResumo
Este artigo investiga a cadeia de rentabilidade de filmes brasileiros produzidos com incentivos das leis de fomento ao audiovisual, analisando os desafios enfrentados na sustentabilidade econômica dessas obras. Por meio de um estudo documental, avaliam-se os impactos das políticas públicas, como a Lei do Audiovisual e a Lei Rouanet, na produção, distribuição e exibição de filmes. Exemplos como Bacurau, O Grande Circo Místico, Divinas Divas, Morto Não Fala e Chacrinha: O Velho Guerreiro são discutidos para ilustrar as dinâmicas entre financiamento público e retorno financeiro. Os resultados indicam que, apesar de aportes significativos, a maior parte das produções enfrenta barreiras na distribuição e na acessibilidade, com destaque para a concentração de exibições em circuitos elitizados e a predominância de filmes estrangeiros no mercado interno. Além disso, observa-se que a dependência de incentivos públicos permanece central para a sobrevivência do setor, enquanto estratégias alternativas, como adaptações para outras plataformas, têm se mostrado eficazes para ampliar o alcance e os lucros. Conclui-se que a democratização do acesso ao cinema e o fortalecimento da cadeia produtiva são essenciais para reduzir a dependência estrutural e promover a sustentabilidade do cinema nacional, ampliando sua relevância cultural e econômica no mercado global.