“Existe é o homem humano. Travessia”. Uma análise filosófica existencial de kierkegaard em grande sertão: veredas

Autores

  • Selma Leite Galindo da Silva
  • Carlos Eduardo Souza Aguiar

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar o conceito de angústia de Kierkegaard a partir do personagem Riobaldo em Grande Sertão: Veredas. A angústia é uma qualificação do espírito que sonha; sonhando, o espírito projeta sua própria realidade efetiva, mas esta realidade nada é, porém este nada perturba o homem que, na inocência, vê-se continuamente fora dela. A angústia é a realidade da liberdade como possibilidade antes da possibilidade. Diz Kierkegaard que o desejo desperta a proibição e esta gera angústia. Porém, a ameaça do castigo desperta uma representação assustadora, ou seja, a consequência. Assim, nesta análise filosófica é relevante observar a identificação do existencialismo na obra, bem como identificar o conceito de angústia no personagem Riobaldo, nele o sofrimento do ser humano perante os desejos, suas angústias, seus sonhos, medos, a necessidade de entender sua culpa e as consequências de suas escolhas. O amor infeliz por Diadorim, o desejo despertado pela concupiscência, a tentação da possibilidade e a superação no encontro com a paz no estágio religioso. Um vasto campo do existencialismo é identificado em Grande Sertão: Veredas: o conflito interior, angústias, bem e mal, Deus e o Diabo, fé, desejos, culpa e pecado. O humano é ser no mundo, e o que existe é o homem humano.

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Publicado

13/12/2021