O divertimento para o homem
Resumo
O presente trabalho apresenta e discute a questão: “O modelo de sociedade atual, permite o homem usar a diversão para realização de si?”, utilizando o filme Nerve, no qual fica claro que com o divertimento não ocorre a realização de si, mas sim a busca por fama, dinheiro ou mesmo a busca incansável de obter novas sensações. Já na visão de Flusser, há um aspecto mais crítico e trágico do fenômeno do divertir-se, que considera o divertimento uma ocorrência derivada do imediatismo da modernidade, ignorando assim a reflexão e a realidade e parte somente para o acúmulo de sensações ingeridas que apresentam uma vida falsificada ausente de qualquer seriedade, ocasionando uma visão ignorante e desvirtuada das coisas mesmas. O jogo do filme, que fica hospedado em uma plataforma online e pode ser acessado por qualquer dispositivo móvel, diverte a consciência da tensão dialética “eu-mundo”, nesse caso “eu-observadores” (quem apenas assiste os outros jogadores realizarem os desafios), porque são anteriores a esses dois pólos. Em uma crítica à sociedade que vivemos, a geração que cresceu com os meios digitais conectados a uma rede online e a busca excessiva por diversão, sem momentos de seriedade, traçamos um caminho realista acerca dos novos tempos, apresentando como o estudo antropológico do Rampazzo na verdade é uma distante utopia.