Futebol feminino e imprensa brasileira: entre a marginalização e a luta por reconhecimento
Palavras-chave:
Futebol feminino; Imprensa esportiva; Representação midiática; Gênero e esporte.Resumo
A participação feminina no futebol brasileiro foi historicamente marcada por restrições institucionais, estereótipos de gênero e escassa representatividade midiática. Este estudo investiga a relação entre o futebol feminino e a imprensa, analisando como os meios de comunicação contribuíram tanto para a marginalização quanto para a valorização das mulheres no esporte. A pesquisa baseia-se na hipótese de que, até o final do século XX, a imprensa reforçou discursos excludentes, limitando a participação feminina no futebol, mas que, nas últimas décadas, tem desempenhado um papel fundamental na visibilidade e reconhecimento da modalidade. Para isso, a investigação adota uma metodologia bibliográfica, mobilizando as contribuições de Judith Butler (1992) sobre identidade de gênero, Silvana Goellner (2007, 2021) sobre a exclusão histórica das mulheres no esporte e Mario Filho (1947) sobre o papel da imprensa na construção do imaginário futebolístico. Os resultados indicam que a cobertura midiática foi determinante tanto para a naturalização da exclusão das mulheres quanto para a recente legitimação do futebol feminino. Conclui-se que a transformação da narrativa jornalística é um fator central para a ampliação da inclusão e o rompimento das desigualdades históricas na modalidade.