Democracia como obrigação e participação: dialogando com Simone Weil e Amartya Sen

Autores

  • Alexandre Andrade Martins Departamento de Teologia da Marquette University em Wisconsin

DOI:

https://doi.org/10.31657/rcp.v1i2.24

Resumo

Este artigo propõe uma reflexão sobre a democracia moderna em diálogo com dois pensadores de diferentes contextos, experiências, crenças e ideologias: a filósofa francesa Simone Weil e o economista indiano Amartya Sen. A autor deste artigo apresenta a tese da democracia como obrigação e participação em diálogo com esses dois pensadores para fundamentar seu argumento. Partindo de uma postura cética sobre a democracia como a melhor forma de governo, o autor argumenta que uma democracia, para ser real, eficiente e capaz de responder às demandas de justiça, precisa ser alicerçada na obrigação e na participação como elementos constitutivos de um povo sujeito. Obrigação e participação fornecem as exigências indispensáveis para uma democracia. O pensamento de Simone Weil sobre obrigação e a perspectiva de Amartya Sen em relação à participação oferecem intuições para o desafio de construir uma real democracia no mundo contemporâneo.

 

Palavras-chave: Democracia. Obrigação. Participação. Simone Weil. Amartya Sen.

Biografia do Autor

  • Alexandre Andrade Martins, Departamento de Teologia da Marquette University em Wisconsin

    Alexandre A. Martins é professor associado no Departamento de Teologia da Marquette University em Wisconsin, EUA. Doutor em tica Teológica/ Bioética pela Marquette, mestre em Ciências da Religião pela PUC-SP e especialista em Bioética pelo Centro Universitário São Camilo.

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Publicado

24/08/2017

Como Citar

Democracia como obrigação e participação: dialogando com Simone Weil e Amartya Sen. (2017). PAULUS: Revista De Comunicação Da FAPCOM, 1(2), pág. 77-86. https://doi.org/10.31657/rcp.v1i2.24