Democracia e comunicação nas redes sociais digitais: o net-ativismo para além da participação sem partidos

Autores

  • José Bragança de Miranda Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Lisboa
  • Marina Magalhães Universidade Lusófona do Porto

DOI:

https://doi.org/10.31657/rcp.v1i2.56

Resumo

O espalhar-se no mundo de formas de protestos, conflitos e participação mediados pelos social networks revela novas características sobre a qualidade da ação, interpretada sociologicamente como um agir exclusivo dos ditos atores sociais, e hoje assume a forma de um ação reticular, integrando atores de naturezas distintas, colaboração de dados, dispositivos móveis, circuitos informativos etc. A visão humanista interpreta o ativismo em rede, ou net-ativismo, como a expansão digital da esfera pública, como espaço para uma democracia mais participativa diante da crise da política ocidental. Entre as pistas teóricas e os rastros empíricos dos movimentos net-ativistas europeus, convidamos a pensar o fenômeno para além dessa dimensão política e antropocêntrica.

Biografia do Autor

  • José Bragança de Miranda, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Lisboa

    José Bragança de Miranda é doutor em Comunicação Social pela Universidade Nova de Lisboa (2001) e licenciado em Sociologia pelo Instituto Universitário de Lisboa ISCTE (1982). professor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Lisboa desde 1995, com produção acadêmica publicada em diversas obras nas áreas de Comunicação e Cultura, Cibercultura e Estudos dos Media. orientador da referida tese, em colaboração com o Professor Doutor Massimo Di Felice, a quem agradecemos a inestimável contribuição para esta pesquisa.

  • Marina Magalhães, Universidade Lusófona do Porto

    Marina Magalhães é doutoranda em Comunicação na Universidade Nova de Lisboa, onde desenvolve a tese Net-ativismo e ações colaborativas nas redes sociais digitais, ao abrigo da Fundação para a Ciência e a Tecnologia. bacharel em Jornalismo (2008) e mestre em Comunicação e Culturas Midiáticas (2011) pela Universidade Federal da Paraíba. Atua como professora do Mestrado em Comunicação, Redes e Tecnologias da Universidade Lusófona do Porto e como membro dos centros internacionais de pesquisa Atopos e CIC Digital. Escreveu Polarizações do Jornalismo Cultural (2008) e Jornalistas no Cotidiano das Redes Digitais (2013), publicados pela Marca de Fantasia.

Referências

ARENDT, Hannah. O que é política? Fragmentos das Obras Póstumas compilados por Ursula Ludz. Tradução de Reinaldo Guarany. 3. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.

BEY, Hakim. T. A. Z.: Zona Autônoma Temporária. São Paulo: Conrad, 2001.

BLISSETT, Luther. Totò, Peppino e la guerra psichica 2.0. Turim: Einaudi, 2000.

BRAGANA DE MIRANDA, José. Traços Ensaios da crítica da cultura. Lisboa: Vega, 1998.

___________. Activismo em rede, globalização e transdução. In: ÁLVARES, Cláudia; DAMÁSIO, Manuel José (Orgs.). Teorias e práticas dos media: situando o local no global. Lisboa: Edições Universitárias Lusófonas, 2010. p. 251-266.

CASTELLS, Manuel. Em redes de indignação e esperança: os movimentos sociais na era da Internet. Rio de Janeiro: Zahar, 2013

DI FELICE, Massimo. Paisagens pós-urbanas: o fim da experiência urbana e as formas comunicativas do habitar. São Paulo: Annablume, 2009.

___________. Net-ativismo: da ação social ao ato conectivo. São Paulo: Paulus, 2017a. (no prelo).

___________. O Net-ativismo e as dimensões ecológicas do agir nas redes digitais: 20 teses em busca de uma linguagem. In: BABO, Isabel; BRAGANA DE MIRANDA, José; DI FELICE, Massimo; DAMÁSIO, Manuel José. Constelações do activismo em rede. Lisboa: Edições Universitárias Lusófonas, 2017b. (no prelo).

ECO, Umberto. Apocalípticos e integrados. Lisboa: Relógio DÁgua, 2015.

HABERMAS, Jurgen. Mudança estrutural da esfera pública. Rio de Janeiro: Tempo, 1984.

LATOUR, Bruno. Políticas da natureza: como fazer ciência na democracia. Bauru: Edusc, 2004.

___________. Reagregando o social: uma introdução à Teoria do Ator-Rede. Salvador: Edufba; Bauru: Edusc, 2012.

LEMOS, André. A comunicação das coisas: Teoria Ator-Rede e cibercultura. São Paulo: Annablume, 2013.

LEMOS, Ronaldo; DI FELICE, Massimo. A vida em rede. Campinas: Papirus 7 Mares, 2014.

LVY, Pierre. Cibercultura. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2007.

LYOTARD, Jean-François. O pós-moderno. Tradução: Ricardo Corrêa Barbosa. 3. ed. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1988.

Artigo internacional Democracia e comunic. ... José B. de Miranda Marina Magalhães MAGALHES, Marina. Dos manifestos aos piratas informáticos de uma Geração à Rasca: net-ativismo nas redes portuguesas. In: DI FELICE, Massimo; ROZA, Erick; PEREIRA, Eliete.

Net-ativismo: redes digitais e novas práticas de participação. São Paulo: Papirus, 2017 (no prelo).

MAYER-SCHONBERGER, Viktor; CUKIER, Kenneth. Big Data: a revolution that will transform how we live, work and think. London: John Murray, 2013.

MCLUHAN, Marshall. Os meios de comunicação como extensões do homem (understanding media). São Paulo: Cultrix, 2007.

MORIN, Edgar. Introdução ao Pensamento Complexo. Porto Alegre: Sulina, 2011 NEGRI, Antonio. A constituição do comum. Disponível em:

com/2007/03/25/a-constituicao-do-comum-por-antonio-negri/>. Acesso em: 10 dez. 2013.

PAIVA, Cláudio; BARRETO, Emília; NUNES, Pedro; SOARES, Thiago (Orgs.). protestos.

com.br: fluxo livre de informações e coberturas jornalísticas das manifestações de rua e redes sociais. João Pessoa: Editora da UFPB, 2015.

RAINIE, Lee; WELLMAN, Barry. Networked: the new social operating system. Cambridge: MIT Press, 2012.

SANTORO, Giuliano. Un Grillo Qualunque. Il Movimento 5 Stelle e il populismo digitale nella crisi dei partiti italiani. Roma: Castelvecchi Editore, 2012, STENGERS, Isabelle. Para além da grande separação, tornamo-nos civilizados? In: SANTOS,

Boaventura de Sousa (Org.). Conhecimento prudente para uma vida decente: um discurso sobre a ciência revisitado. São Paulo: Cortez, 2004. p.131-149.

TERRANOVA, Tiziana. Network culture: politics for the information age. London: Pluto Press, 2004.

VATTIMO, Gianni. A sociedade transparente. Lisboa: Relógio dÁgua, 1992.

VIRILIO, Paul. The information bomb. London: Verso, 2000.

Downloads

Publicado

24/05/2018

Como Citar

Democracia e comunicação nas redes sociais digitais: o net-ativismo para além da participação sem partidos. (2018). PAULUS: Revista De Comunicação Da FAPCOM, 1(2), pág. 35-56. https://doi.org/10.31657/rcp.v1i2.56