Editorial

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  • Paulus Editora

DOI:

https://doi.org/10.31657/rcp.v3i5.86

Resumo

A Revista PAULUS, em seu quinto número, assume como tema central as Teorias da Comunicação: o status da questão.

A palavra teoria, de origem grega e latina, remete-nos à ação de especular, estudar o que para nós, contemporâneos, é a arte de pesquisar.

A teoria constitui-se de ação racional, um constructo da inteligência que se põe a ver num conjunto maior certos fenômenos e os explica com o uso da razão.

O fenômeno a ser observado aqui é o da comunicação. Partindo do fenômeno comunicacional hoje, ou seja, colocando no centro da questão a comunicação em si daí a pergunta O que é a comunicação? , debruça-se por caminhos (métodos) e episteme na compreensão desse fenômeno.

O fenômeno do que é a comunicação em si é o que faz a teoria existir como explicação desse fenômeno, o que implica mudanças da teoria, de seu método e, por conseguinte, de sua episteme. 

A revista PAULUS reúne por sorte quatro pesquisadores do fenômeno da comunicação, os quais, em suas formulações teóricas, divergem entre si e abordam-no por angulações diferentes, também implicando método e episteme diferentes o que é natural e desejado no fazer da Universidade. Em comum aos quatro pesquisadores que constituem o dossiê desta edição há a decisão por uma trajetória acadêmica de colocar a comunicação como problema fundamental. Assim nomeados: Ciro Marcondes Filho, com o texto A questão da Comunicação; José Luiz Braga, com A Comunicação e o senso comum; Lucrécia D Alessio Ferrara com Comunicação/Comunicabilidade; e Norval Baitello Junior, com as reflexões sobre A imagem mediática. Decididamente esses pesquisadores iniciam uma reflexão teórica sobre o fenômeno comunicacional que coloca a questão da comunicação em outro nível de discussão. Superando a muito a concepção de comunicação vinda das ciências sociais, matemáticas e físicas, almeja-se a exposição um campo de saber próprio para a comunicação, abrindo a possibilidade de epistemologias e metodologias próprias para seu estudo. Por um lado, esse grupo de pesquisadores brasileiros amadurecidos tem a audácia de propor um campo de saber à comunicação; por outro, não se deixam petrificar pelas teorias e, sensíveis ao fenômeno da comunicação hoje, põem-se a refletir sobre o que é a comunicação, cada um a seu modo. um exercício de pensar a comunicação próprio da arte filosófica.

A presente edição compõe-se ainda de seis artigos que tocam em questões distintas da Comunicação. O primeiro é o artigo internacional de Guillermo Orozco e Toby Miller, pesquisadores da Universidad de Guadalajara, México e Universidad del Norte, Colombia, respectivamente, intitulado A televisão na América Latina, para além de si mesma em que afirma que apesar do surgimento de novas telas para o consumo de produtos audiovisuais, a televisão continua sendo um importante meio de comunicação e se expande como uma experiência cultural múltipla e uma oportunidade de reinventar suas audiências. 

O artigo de Tales Tomaz, A comunicação e o outro: reflexões a partir da questão do ser em Heidegger discute a vinculação inextricável desse conceito de Mitteilung com outros típicos da obra de Heidegger, especialmente Dasein, mundo e compreensão de ser. Tomaz traz uma reflexão em torno do importante papel da alteridade tanto na compreensão de ser quanto na comunicação.

Luis Mauro Sá Martino e ngela Cristina Salgueiro Marques em A teoria nas livrarias: o circuito de publicação e distribuição como problema epistemológico na Comunicação, apresentam a problemática do volume de produção científica nas universidades versus a quantidade de publicações e circulação de obras nas livrarias. A partir de uma pesquisa exploratória, o texto busca entender as questões de produção e circulação do conhecimento em termos epistemológicos.

Monica Martinez e Aline Albuquerque em Narrativas biográficas: os diários como fonte de pesquisa e instrumento narrativo, apresentam um estudo sobre narrativas biográficas em Jornalismo Literário, apresentando uma das modalidades deste tipo de composição da narrativa: os diários. As autoras analisam como a escrita da memória auxilia o trabalho do biógrafo e que muitas vezes serve como fonte de pesquisa.

Antonio Hélio Junqueira, em Imaginário, representação e memória da Bahia cacaueira amadiana na telenovela Renascer: terra, diabo e fome, analisa o conjunto de relações vinculantes entre imagem, imaginário e memória na produção de sentidos pelos dispositivos teleficcionais brasileiros contemporâneos, a partir da mediação da literatura; utilizando a telenovela Renascer de Benedito Ruy Barbosa como corpus para compreender o agenciamento e a mobilização, por este autor, dos elementos estruturantes da representação sociocultural do ciclo cacaueiro na obra literária de Jorge Amado.

Andrea Medrado e Andrea Medrado em A identidade cultural dos sujeitos hipermodernos: uma análise sobre as estratégias de comunicação do Papa Francisco com os seus fiéis no Instagram apresentam uma reflexão sobre o cenário desafiador para a Igreja Católica que emerge a partir da hipermodernidade, do tempo reduzido dos sujeitos perante o aumento das demandas cotidianas que vem reconfigurando as formas de comunicar.

Ciro Marcondes Filho, compõe a entrevista intitulada Diálogo sobre a Nova Teoria da Comunicação, e realizada por Mônica de Fátima Rodrigues Nunes Vieira. Na entrevista, Ciro compartilha um pouco sobre sua trajetória acadêmica e conta como surgiu a proposta de criação da Nova Teoria da Comunicação. No diálogo aborda ainda sobre a importância da Filosofia em seus estudos.

A obra A comunicação que não vemos de Lucrécia DAlessio Ferrara foi resenhada por Helena Jacob, trazendo enorme contribuição para pesquisas na área da Comunicação.

Por fim Fábio Ciquini apresenta a resenha da tese premiada na COMPS, Da cena do contato ao inacabamento da história: Os últimos isolados (1967-1999), Corumbiara (19862009) e Os Arara (1980-) da autora Clarisse Maria Castro de Alvarenga.

Desejamos a todos excelente leitura!

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Publicado

19/03/2019

Como Citar

Editorial. (2019). PAULUS: Revista De Comunicação Da FAPCOM, 3(5), 11-12. https://doi.org/10.31657/rcp.v3i5.86