Governando sociedades digitais: plataformas privadas, valores públicos
DOI:
https://doi.org/10.31657/rcp.v6i12.632Resumo
As plataformas digitais on-line penetraram profundamente em todos os setores da sociedade, perturbando mercados, relações de trabalho e instituições, ao mesmo tempo que transformam práticas sociais e cívicas. Além disso, as dinâmicas das plataforma afetaram o cerne dos processos democráticos e de comunicação política. Após uma década de euforia em relação às plataformas, em que as empresas de tecnologia foram festejadas por empoderar os usuários comuns, os problemas têm aumentado nos últimos três anos. Desinformação, notícias falsas e discurso de ódio se espalham pelo YouTube, Twitter e Facebook, envenenando o discurso público e influenciando eleições. O escândalo do Facebook e Cambridge Analytica sintetizou as muitas viola-
ções de privacidade e vazamentos de segurança que permeiam as redes e mídias sociais. Além de enfrentarem acusações de evasão fiscal e de promover o enfraquecimento da legislação trabalhista, as grandes empresas de tecnologia estão enfrentando um sério ‘techlash’. Como alguns argumentaram, a promoção de valores públicos tradicionais, como tolerância, democracia e transparência, está cada vez mais comprometida pelas “exportações” globais de empresas de tecnologia americanas, que dominam a infraestrutura de distribuição de bens culturais on-line: notícias, vídeos, interação social e comunicação privada (GELTZER; GOSH, 2018). Como amplamente discutido em nosso livro The Platform Society: Public Values in a Connected World, a digitalização e a “plataformização” das sociedades envolvem várias lutas intensas entre sistemas e os
atores que os contestam, levantando questões importantes: quem deve ser responsável por ancorar valores públicos em sociedades de plataforma que são guiadas por algoritmos e alimentadas por dados? Que tipo de valores públicos devem ser negociados? E como o governo e os cidadãos europeus podem preservar certos valores sociais e culturais, sendo dependen-
tes de um ecossistema de plataforma cuja arquitetura é baseada em valores comerciais e está enraizada em uma
visão de mundo neolibertária?
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